Mais que um projeto: Um programa
O Programa corridas de Fórmula 1, a partir de 2002 ocorreu em 38 pistas diferentes, cada corrida é um projeto. Aproximadamente 20 corridas por ano, pistas variando de 3337m a 6175m, mas com número de voltas suficientes para rodarem entre 305 e 310km. Para percorrer essa distância os veículos levam em torno de 85min.
Mas com tantas possibilidades de intercorrências por vezes elas duram mais, e é aí que está o dilema. Imagine a gestora da Fórmula 1 prevendo transmissões de 85min, o que ocorria com a fidelidade do público que assiste via mídias, se antes de acabar a corrida a transmissão fosse interrompida? Certamente perda de aficionados.
A solução encontrada foi reservar 120minutos para as transmissões a contar do apagar das luzes na largada. Mas por que 120 minutos?
A resposta da GpMV (gestão por modelagem vetorial) é simples. Considerando uma variabilidade de 25%, para que tenhamos uma probabilidade em torno de 95%, de que a corrida será transmitida até o seu final, sem subterfúgios, e que o ganhador seja aquele que receberá a bandeirada final em alta velocidade, aplicamos um fator de proteção, digamos assim, de 1,645 sobre o desvio padrão e o somamos a expectativa média de 85 min. Donde 85min +(85min * 25% * 1,645)~ 120min.
Em nossos projetos não deveria ser diferente, deveríamos não só saber lidar com as intercorrências (e a maioria de nós sabe), mas também sermos capazes de quantificar a reserva de tempo necessária para um determinado grau de assertividade, que sugiro seja 95%.
A grande possibilidade de que a equipe de gestão possa demonstrar qual o ROI (retorno sobre investimento) que ela gera em um projeto, passa por aí. O trabalho é árduo, como de costume, mas teremos que nos acostumar a ser mais ágeis nas respostas às variações de contexto.
E isto é só a ponta do iceberg de possibilidades!