A ideia por trás do MVP – mínimo produto viável, é antecipar problemas antes que eles se tornem por demais onerosos ou mesmo inviabilizem algumas das funcionalidades que motivaram o projeto.
Acreditamos neste conceito, que começou a ser popularizado em 2011, quando o assunto é TI, mas não o concebemos como viáveis em projetos como a construção de uma rodovia, de um aeroporto, de um navio, afinal são coisas sólidas, de fácil identificação. Concluirmos 100m de rodovia, 10m de esteira de cargas, a proa do navio, não nos faz sentido.
Por que executar uma pequena parte de algo do qual não temos dúvidas, quando poderíamos fazê-lo em maior quantidade ou mesmo na totalidade, sendo mais produtivos?
Mas assim como nos projetos de TI o MVP serve para a validar os requisitos, nos de capital ele servirá para validar as premissas, já que nestes projetos os requisitos geralmente já estão bem consolidados. As premissas dizem respeito ao contexto em que o projeto se desenvolverá assim como o de suas externalidades.
Os principais MVPs em um projeto de capital ocorrem no início de cada atividade, nestas horas é que se descobre que um recurso originalmente não previsto se fará necessário, dificuldades adicionais de acesso, a necessidade de manutenção em algum equipamento. Estas são algumas das ameaças a que o projeto estará sujeito, mas existem muitas outras, assim com oportunidades que poderão ser percebidas nessa etapa.
Porém como a ideia do caminho crítico de folga zero ainda está arraigada, os tomadores de decisão determinam o início do projeto a partir de um cálculo: [a data limite para entrega final – a duração prevista], isto significa que se tivermos 16 meses pela frente até a data limite para conclusão do projeto, mas sua duração está estimada em 12 meses, deixaremos para iniciar as execuções a partir do início do quinto mês, assim como os tramos não críticos da rede tendem a ter seu início também postergado e com frequência devido a necessidade de relocação de recursos para sanar impactos de premissas não validadas ao início da execução no tramo crítico.
Proponho que utilizemos pelo menos parte de toda e qualquer folga, para execução do primeiro MVP de cada pacote de atividades.