Capabilidade do Projeto, cruzes, o que é isto?!!!


    Você já ouviu falar em processos 3s que são incapazes?

    Mesmo algumas pessoas da área da qualidade têm dificuldades em entender como um processo sob controle pode ser incapaz, na área da gestão de projetos então, são raríssimos aqueles têm esta compreensão. Na realidade esse conceito não faz sentido em projetos, mas compreendê-lo é de extrema relevância, quando se trata de prazos de projetos.

    Relembrando, o desvio padrão nada mais é do que o desvio médio, apenas com o artifício de elevarmos ao quadrado cada desvio, somá-los, dividindo esta soma pelo número de desvios e então extrairmos sua raiz quadrada (*).

    (*) pelo fato de a soma desses desvios ser igual a zero, passou a ser comum tratar o desvio médio com sendo o desvio médio absoluto (|módulo|), mas o desvio padrão pela aderência à curva de Gauss, é a opção adequada, quando do cálculo de probabilidades.

    Um processo é considerado sob controle estatístico (*), quando o desvio de cada medida em relação à média é menor ou igual a +3s ou maior ou igual a 3s, sendo s a notação de desvio padrão.

    (*) existem algumas outras condicionantes quanto ao sequenciamento dos desvios, mas que no momento podem ser desconsideradas.

    Digamos que nosso projeto apresente um desvio padrão de 20%, para que ele possa ser considerado como sob controle, um dos requisitos é que a cada medição efetuada o seu valor esteja situado dentro dos limites de +60% do valor de referência.

    Exemplificando: Se o valor médio (referência) em um determinado ponto do processo for igual a 20, qualquer valor observado entre 8 e 32 preenche esse requisito (20 +60% de 20), enquanto esta relação permanecer ocorrendo dentro do processo, significa que ele poderá estar sob controle estatístico.

    Apenas para efeito didático, comparamos com um projeto com prazo de 20 meses, por este conceito ou nós protegeríamos a data, com meta em 12,5 meses (20/1,60), tendo 7,5 meses para compensar as variabilidades de um processo “sob controle”, ou centralizamos nos 20 meses e nos comprometeríamos com uma duração de 32 meses.

    Agora vamos ver sob o enfoque da capabilidade, ou seja, a capacidade ou não de um processo atender as especificações.

    Digamos que nos sentimos capazes de concluir o projeto acima no prazo de 20 meses e o cliente nos oferece um contrato com prazo de 32 meses, eu sei que é utópico mesmo para fins didáticos, significa que nosso processo é capaz, uma vez que o limite superior 3s é menor ou igual ao prazo contratual. Por outo lado, se na mesma situação, o cliente tivesse nos oferecido 24 meses, nosso mesmo processo sob controle, não seria considerado capaz, pois o prazo contratual é inferior ao limite superior de controle, os 32 meses. Esta é a ideia de capabilidade.

    Projetos São Incapazes em relação a Prazos!

    Nem tanto pelo fato de serem projetos e, portanto, não termos referenciais validados para as médias de durações, estas poderiam ser modeladas e ajustadas no seu decorrer, como também trabalharmos no limite de +3s no prazo, tende a inviabilizar o projeto economicamente, sem falar no risco de perda de oportunidade.

    O artifício que a Modelagem por Gestão Vetorial utiliza é o de assumir a incapacidade de manter projetos sob o controle estatístico, mas adotar mecanismos para limitar sua variabilidade de duração total em +1,65s, ou seja, 95% de chances de cumpri-los.