Caminho Crítico, de folga zero, é incompatível com o PERT!
Nas operações, além da gestão da produção, há a dos requisitos, esta nos passa despercebida, pois são os procedimentos que os viabilizam.
Antes de se tornar uma operação, unidades do produto são replicados até que atendam a todos requisitos de forma estável. Os procedimentos orientam a como atingir conformidade em escala.
Projetos, por serem únicos, são “ajustados” durante o seu ciclo de vida. Neste contexto não faz sentido falar em padronização. Buscou-se então, novas formas.
No início da gestão de projetos surgiram duas metodologias: O CPM — que estabeleceu o escopo como o padrão a ser atendido. E o PERT — que padronizou a duração de cada atividade (embora admita tolerâncias).
As metas da tripla restrição são: o prazo (no PERT), o escopo (no CPM) e o custo em ambas. O prazo no CPM, por não conter tolerâncias no tramo mais longo, também se equivale a um padrão.
As críticas
Ao PERT por ser muito permissivo em relação ao escopo. E ao CPM por não aplicar tolerâncias ao escopo e nem aos prazos.
O consenso
A união das duas, gerou a “nova” metodologia PERT/CPM, dominante até a última década. Ainda hoje, 2022, seu uso é relevante.
A (má) aplicação
Apesar de conhecer bem a ciência que embasa a aplicação do PERT aos prazos, no PERT/CPM ao estabelecermos como data final a mesma de término da última atividade, erramos no gerenciamento de seus requisitos. Na prática gerenciamos como sendo só CPM.
Primeira consequência
Posicionar o centro das incertezas no limite final do prazo, é como usinar centenas de eixos, com um torno ajustado para fazê-los no diâmetro máximo, sem folga.
Não há dúvidas de que aproximadamente metade deles voltarão à usinagem. Mais tempo e custo.
Com projetos, a folga zero de prazos nos gera a mesma consequência. O estranho é que apesar saber que não temos a mesma precisão de um torno, agimos como se fossemos capaz de obter resultados melhores. Os atrasos não deviam nos surpreender!
Esta é apenas uma das consequências, mas não a única. No próximo post, veremos um impacto disto na gestão da execução.