A imagem acima mostra vários projetos que compõem um programa, observe-a e me responda: Você realmente acredita que uma abordagem preditiva, será capaz de garantir o atendimento a prazos na maioria deles?
Muitos profissionais acreditam que projetos de capital devam ser conduzidos por abordagens preditivas. Se você é um deles, me responda: Mesmo focando em um só dos projetos acima, dá para acreditar que durante todo seu desenvolvimento, o contexto se manterá de acordo com as previsões (predições) originais?
Nos projetos que não são de capital, as metodologias adaptativas já são aceitas quase que sem resistência, o problema é que poucos compreendem o seu embasamento teórico e, sem perceber, acabam conduzindo-os em busca de uma maior predição.
As metodologias preditivas exercem papel relevante na fase do planejamento inicial, principalmente antes do início da execução. Melhor ainda se, durante essa fase, modelarmos vários cenários, pois quando as incertezas começarem a se tornar realidade, teremos antecipado boa parte das soluções, o que nos dará agilidade na correção de rumos.
Em projetos, mais cedo do que gostaríamos, nossas predições precisarão ser revistas, mas por convicção na metodologia, postergamos ao máximo essas revisões. O método preditivo impõe alguns prejuízos à assertividade dos prazos:
O ritual para revisão é procrastinado, burocrático, lento, ou seja, intempestivo. Visto como algo indesejado, um reconhecimento de falha;
Cada revisão tende a ser minimizada, é tratada como se devesse ser a última. Na prática desconsideramos a erraticidade dos contextos e buscamos ajusta-los às nossas predições!
A saída para muitos têm sido as metodologias híbridas, parte preditiva, parte adaptativa. Podemos compará-las ao processo de desmame de uma criança, a diferença é que a mãe admite (por vezes torce) que em algum momento aquilo acontecerá, já muitos de nós acreditamos que há chances de que não seja necessário flexibilizar.
As metodologias adaptativas prescindem da formatação híbrida, naturalmente as atividades realizadas em contextos menos instáveis necessitarão de ajustes com menos frequência. A frequência com que necessitaremos reagir às alterações de contexto pode ser monitorada pelo bom e velho PDCA!
As abordagens adaptativas (do escopo), por estarem mais alinhadas com a realidade, e principalmente por focarem nas funcionalidades, praticamente duplicaram nossa assertividade em atendimento a prazos, mas mesmo assim aproximadamente 50% dos projetos atrasam. Os efeitos do Viés de Convergência são as causas dessa, ainda, baixa assertividade.
Logo após eu ter criado a Gestão por Modelagem Vetorial (também título do livro), percebi que em minha prática profissional eu não só as utilizo de forma reativa como técnica de ajuste à correção de rumos, mas também proativamente, na busca de novas alternativas para obter resultados melhores do que os previstos. Guardadas as devidas proporções, se equivalem a pequenas inovações e adequadas às possibilidades do contexto.