Durante o ciclo de vida de um projeto há muitos interesses, cada envolvido tem os seus, e na defesa desses interesses, por vezes, esquecemos que o projeto não é um fim em si mesmo, ele é apenas um meio.

    A luta por manter o projeto sob controle, nos faz buscar certezas onde elas não existem. A relação investidor x executante, dentre outras coisas, é pautada por entregas x remuneração, a opção que adotamos para mensurar as entregas chama-se escopo.

    Para o investidor o escopo dá a sensação de poder avaliar o justo valor do trabalho que receberá do executante. Para este , a sensação de garantir sua justa remuneração pela execução do trabalho preestabelecido.

    Nesse contexto há a necessidade de que as entregas, funcionalidades, sejam 100% correlacionadas com o escopo, ou seja, será necessário que tenhamos certeza de que o escopo represente o trabalho estritamente necessário para entregar as funcionalidades, nem mais nem menos. Se isto fosse verdade não faria diferença remunerar a entrega do escopo ou a comprovação da funcionalidade.

    Acontece que essa correlação unitária, raramente existe e além disso sempre haverá vários escopos viáveis.

    Ao “congelarmos” um escopo, estamos nos expondo ao risco de executar mais trabalho do que o necessário, ou o insuficiente, para a entrega das funcionalidades. Você já deve ter percebido, estamos diante de mais uma probabilidade de 50%. Neste caso, as chances de entregar as funcionalidades executando o escopo determinado em um prazo com folga zero, é de aproximadamente 25% (escopo: 50% * prazo: 50%), por mais contra intuitivo que possa parecer.

Nota: mesmo tendo probabilidades similares, escopo e prazo podem possuir variabilidades distintas.

    Até aqui abordei CPM, PERT e PERT/CPM, por serem pré-requisitos à compreensão da ciência dos prazos. O conceito se aplica a todas as metodologias, por exemplo, as metodologias ágeis, por tratarem o escopo como algo sujeito a ajustes, substitui o binário escopo / prazo pelo funcionalidades / prazo, assim o foco do progresso físico passa a ser algo que representa os fins e não os meios.