Geralmente em projetos, o que difere um do outro é apenas a formação acadêmica. Na prática é muito frequente lidarmos com técnicos que agreguem mais valor do que engenheiros, isto ocorre por um único motivo:
Exige-se de um engenheiro de planejamento, que desempenhe atribuições de um técnico de planejamento.
Não estou querendo lutar por reserva de mercado, nem para um nem para outro pois, como qualquer demanda, o próprio mercado é que à regula. Alguns excelentes técnicos de planejamento, nem formação técnica possuem, aprenderam com a prática e bons tutores é claro.
Mas qual seria o diferencial do engenheiro de planejamento?
Resposta: Aplicar o conhecimento científico adquirido em sua formação para orientar, monitorar, validar tomadas de decisões dentro do âmbito do projeto. Bons técnicos de planejamento já fazem isto, mas ao engenheiro cabe demonstrar, mesmo que informalmente, seus embasamentos.
Sim, ele precisa fazer cálculos – demonstrar tendências, validar hipóteses, identificar causas e propor soluções com respaldo analítico. Mas também precisa ter o discernimento para compreender que projeto também é arte e arte se faz com liberdade!
O aparente paradoxo é equacionado se o engenheiro de planejamento a partir da modelagem ou do plano de negócios do projeto, orientar quanto a indícios de que as ações estão ou não convergindo a eles, monitorar a partir de dados se os desvios estão ou não dentro da normalidade, validar as premissas da modelagem ou do plano, e se estiverem válidas demonstrar tendências para então junto com os executantes buscarem soluções.
Estes cuidados são necessários para que a arte, suportada pela experiência seja preservada, pois é através dela que os problemas cotidianos em um projeto são equacionados, quase que intuitivamente.
Um projeto sobrevive sem o embasamento acadêmico, mas não sem a arte! Embora neste caso temos que conviver com baixo resultados a que, infelizmente, já achamos normal.